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DE : Laís da Conceição Pereira Pinheiro

Fagner: meu primeiro show

Como fã desde criança, naturalmente o primeiro show que assisti foi mágico. O meu amor pelo Fagner é puro e intenso, quando criança só de ouvir a propaganda anunciando que ele estaria em algum programa de televisão me trazia lágrimas aos olhos e chorava de soluçar.

Meu primeiro show foi "Fagner & Zeca Baleiro", no teatro do Minas Centro em Belo Horizonte, aos meus 17 anos, se a memória não me falha nesse instante. Há anos eu esperava a oportunidade de ir a um show. Como venho de família muito humilde não tinha condições antes e poucas casas permitiam a entrada de menores. Então já dá para imaginar minha ansiedade.

Foi uma semana de grande expectativa. Cheguei ao teatro muito cedo (fui sozinha), antes de abrirem as portas. Até fiz amizade com o pipoqueiro de tanto que conversamos. A minha alegria era tanta que não me cansei de ficar sobre o salto aguardando as portas se abrirem. Quando se abriram já havia muitas pessoas aguardando, e precisei de ajuda para subir os poucos degraus do hall de entrada, pois as pernas bambearam.

Quando me sentei na cadeira deixei a emoção vir à tona, chorei. Quando ele entrou chorei muito mais, quase não distingui seu rosto. Eu estava sentada na quarta ou quinta fileira, uma ótima posição, mas as lágrimas me atrapalharam. Quando comecei a cantar junto foi quando retomei o controle do meu corpo. Daí em diante foram apenas sorrisos. Degustei cada acorde.

Sobre os acordes... quase não conseguia tirar os olhos do seu violão. Que mãos! Os dedos simplesmente deslizavam sobre as cordas. Zeca Baleiro que me pedoe, mas nem o vi direito. Meus olhos e ouvidos estavam selecionados para Fagner.

Ao final fiquei paralisada, não queira ir embora. Foi quando o padre da minha paróquia me viu e foi até mim. Se não fosse ele, ficaria sentada até alguém do teatro me expulsar. Mas é porque não tinha forças, não cria que tanta beleza havia acabado.

Segurei o pranto durante o resto da noite... fomos a um restaurante. Ao chegar em casa deitei na cama e chorei, nem vi quando adormeci. Ao redigir essas letras, o pranto retornou ao meu rosto.

Meu amor pelo Fagner é indescritível, nasci com ele. Minha tia diz que bebezinha no berço eu me calava e prestava atenção quando ela tocava seus discos. Como todo fã, morro de vontade de conhecê-lo, mas talvez por saber que isso será quase impossível, tento me contentar em ouvi-lo todos os dias. Tem sido assim ao longo dos meus 35 anos, todos os dias me dou o prazer de ouvir pelo menos uma canção com sua belíssima voz.

Amo-te Fagner!