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A TURNÊ NORDESTINA - 2006
por Geraldo Medeiros Júnior

Da turnê de São João deste ano, pude acompanhar os shows de Campina Grande e o de Mossoró. Pareceu-me uma boa continuação da turnê de 2005, desde quando se viu o cantor em forma pouco vista, apresentando shows com duração de quase duas horas.

Em Mossoró, o bom momento foi evidenciado. Como novidades, um novo arranjo do pot-pourri gravado por ele e Gonzagão no disco Danado de Bom de 1984, composto por Respeita Januário, Riacho do Navio e Forró no Escuro. No novo arranjo, Riacho do Navio foi suprimida, mas acabou por nem ser percebida, em face de energia e o ritmo contagiantes. Também presente um forrozinho novo, que ainda não consegui identificar autoria.

Fora isso, lá estavam as obrigatórias de sempre Revelação, Borbulhas, Canteiros, Espumas ao Vento, com outras maravilhosas e sempre bem vindas Romance no Deserto, Dona da Minha Cabeça, Deixa Viver, Cartaz, além do espaço natural dos forrós, trazendo Vem Morena, Pedras que Cantam, Lembrança de um Beijo, entre outras.

Fagner bom para o São João, para dançar forró e para o romantismo.

Em Campina Grande, nas duas versões (uma na casa de shows Spazzio e outra no Parque do Povo), dois bons shows. No Spazzio, apesar de dividir a noite com os fãs da banda Calipso, que convenhamos, não são os mesmos que vão ao show de Fagner, ele arrebentou: show com público quente, com direito ao nem sempre garantido bis. No Parque do Povo, a consagração de uma turnê vitoriosa: um público que se espremeu e cantou o tempo todo junto com ele.

Terminada a turnê nordestina, fica o gosto de quero mais. Olhando pra agenda, ainda nenhum show agendado. Mas bem que poderia pintar por aí um recordando o São João.

 

 

 

A ARTE (QUASE) DESCONHECIDA DE FAGNER

 

Um grande presente para os fãs: a Universal lança a coletânea A Arte de Fagner, contendo gravações raríssimas (inéditas em CD), do início da carreira. Estão lá Fim do Mundo, Quatro Graus, Cavalo Ferro, Amém, Amém, do famoso compacto anterior ao Fru Fru Manera. Também, Um Ano a Mais, a marchinha de carnaval gravada por ele na mesma época. Outras pérolas da coletânea são as gravações de Ivan Lins de Quarto Escuro, Vanusa em Coração Americano, Noves Fora com Elis Regina, Zizi Possi em Quarto Escuro e MPB-4 em Depende, todas composições belíssimas de Fagner com parceiros, mas distante do grande público. Penas do Tiê é a gravação com Nara do Manera Fru Fru, mas agora sendo chamada de Você, como resultado de decisão judicial. Portanto, ao procurar pela canção, quem se passou mais de três décadas a chamando de Penas do Tiê, agora terá que procurar por Você. Cd para os fãs que não se conformam em ainda não possuir em boa qualidade gravações raras e tão importantes para a carreira de Fagner. Agora sim e, o melhor, com aquele precinho de coletânea.

A Universal fica devendo ainda os extras da gravação de Manera Fru Fru Manera e a gravação de Mucuripe incluída no compacto de bolso. Também, a gravação original de Canteiros não foi ainda lançada em CD. Mesmo assim, a coletânea já traz para a boa qualidade digital, músicas restritas a poucos fãs, disponíveis apenas em vinis ou em gravações alternativas em CD, nem sempre de boa qualidade.