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TURNÊ NORDESTINA 2005
Geraldo Medeiros Júnior

Amigos, a turnê nordestina de 2005 será inesquecível. Afinal, se viu um Fagner motivado, retirando do baú canções preteridas nos shows dos últimos anos. Que bom é voltar a ouvir Deixa Viver, Cartaz, Dona da Minha Cabeça, Romance no Deserto, Cebola Cortada, Vaca Estrela e Boi Fubá, Eternas Ondas, ou mesmo, pérolas gravadas por Fagner e Gonzagão, a exemplo de Xamego, Vem Morena, Seu Januário, Olha pro Céu, entre outras.

Um Fagner inspirado, capaz de cantar por quase duas horas, de pedir ao público que peça a próxima música, de voltar duas ou três vezes ao palco, depois de haver se despedido. Um Fagner para todos os gostos: para o fã, que sonha com aquela música alternativa, sai satisfeito ao ouvir Cebola Cortada ou Dezembros. Para os que querem sucessos, lá estão Deslizes, Borbulhas de Amor, Espumas o Vento, Canteiros, Revelação e, dependendo da noite e da energia da platéia, Noturno. Para os do forró, que tal Sala de Reboco, Lembrança de um Beijo, Você endoideceu meu coração, Pedras que Cantam, Asa Branca, além das citadas do repertório de Gonzagão?

Um Fagner explosivo, roqueiro, capaz de, em Caraúbas (Rio Grande do Norte), iniciar o show com três guitarras (com ele em uma delas), numa energia pouco vista em sua carreira. O início e o final do show, via de regra, foi com Cartaz e Deixa Viver. Uma homenagem à vida, a energia, vinte anos depois, com muito mais garra.

A turnê nordestina de 2005 ficará para mim guardada como a melhor dos últimos anos. Como fã, sonhava com um show menos previsível. A garra, a alegria de Fagner, com a mudança, tornaram os shows particulares, diferentes, muito bons.

Pude acompanhar os shows de Gravatá, Patos, Campina Grande, Caraúbas e Serra Talhada. Mais que nunca pude viver emoções únicas, do quanto Fagner é capaz de se renovar, paradoxalmente bebendo em suas próprias fontes. Shows lindos, para viver e deixar viver. Afinal, amanhã tudo pode acontecer, o agora não espera.